A busca por minerais foi fator decisivo para a expansão territorial do nosso país a partir do seu litoral. As entradas organizadas pela Coroa portuguesa e as bandeiras formadas por particulares, os bandeirantes, adentraram o Brasil à procura de riquezas minerais, especialmente ouro e pedras preciosas.

O movimento que desaguou na independência do Brasil tem raízes em revolta popular contra a cobrança da ‘derrama’, imposta pela Coroa para garantir o pagamento do ‘quinto’ anual mínimo de 1.500 quilos de ouro. Daí a Conjuração Mineira de 1789 e, 33 anos depois, o Grito de Independência.

Não tivesse havido a grita contra o quinto do ouro, a desdita de Tiradentes, Tomás Antonio Gonzaga e Marilia de Dirceu teria sido contada nos versos do “Romanceiro da Inconfidência” por Cecília Meireles?

Não houvesse “noventa por cento de ferro nas calçadas de Itabira”, “oitenta por cento de ferro nas almas”, teria Drummond, “triste, orgulhoso: de ferro”, feito a sua “Confidência de Itabirano”?

A corrida por diamantes deu origem ao Arraial do Tijuco – hoje Diamantina – que à época rivalizava em riqueza e importância com a Vila Rica de Nossa Senhora do Pilar de Ouro Preto. A vida no Arraial, as contendas em torno do diamante, a mineração no Brasil colonial e o romance entre o contratador de diamantes, João Francisco Oliveira e a escrava alforriada Francisca da Silva Oliveira, a Chica da Silva, foram trazidas ao tempo presente pelas “Memórias do Distrito Diamantino da Comarca do Serro Frio”, de Joaquim Felício dos Santos.

A mineração está presente na nossa história, em versos e livros. Em expressões corriqueiras como o “santo do pau oco”. Falar de mineração implica em saber que essa atividade está na raiz do nosso desenvolvimento cultural e social, na estruturação da nossa sociedade a partir de escravos, desvalidos, aventureiros, desbravadores, pessoas de engenho e coragem.

Contar dos benefícios econômicos da mineração tem sido tarefa de muitos. O Instituto Brasileiro de Mineração – IBRAM divulga esses dados de modo objetivo e permanente. 

O que se pretendeu aqui foi um reconhecimento daquilo que a mineração nos ofereceu ao longo da história do Brasil. Outros, decerto, contarão facetas dessa história.